Justino Mártir

Justino Mártir era um gentio, mas nasceu em Samaria, perto do poço de Jacó. Ele deve ter sido bem educado: viajou muito e parece ter sido uma pessoa que gozava de pelo menos uma competência. Conhecedor de Sócrates e Platão, seus escritos estão entre os mais importantes que chegaram até nós desde o século II.

A "Primeira e Segunda Apologia de Justino Mártir" são dois primeiros escritos cristãos que foram escritos pelo apologista cristão e mártir Justino Mártir em meados do século II dC. Essas apologias foram dirigidas ao imperador romano e aos funcionários do governo, na tentativa de defender a fé cristã contra acusações de imoralidade, ateísmo e atividades subversivas.

Na "Primeira Apologia", Justino dá uma explicação detalhada das crenças e práticas cristãs e argumenta que os cristãos são cidadãos pacíficos e cumpridores da lei que procuram viver em harmonia com a sociedade. Ele também defende a autenticidade das escrituras cristãs e argumenta que as profecias do Antigo Testamento se cumprem na vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

Na "Segunda Apologia", Justino defende a fé cristã contra a acusação de ateísmo, que era uma acusação comum na época porque os cristãos se recusavam a adorar os deuses romanos tradicionais. Ele também argumenta que os cristãos não devem ser perseguidos por suas crenças e que devem poder adorar livremente como outros grupos religiosos.

Ambas as apologias enfatizam a importância da razão e da argumentação lógica na defesa da fé cristã. Justino também argumenta que o cristianismo não é uma ameaça ao governo ou à sociedade romana, e que os cristãos são cidadãos leais que buscam viver vidas pacíficas e morais.

A "Primeira e Segunda Apologia de Justino Mártir" são importantes documentos cristãos primitivos que fornecem informações sobre as crenças e práticas da igreja primitiva, bem como os desafios que ela enfrentou ao procurar se estabelecer no mundo antigo. Eles também demonstram o uso da argumentação racional e apelos à razão como meio de defender a fé cristã contra acusações de impropriedade e ilegitimidade.

O "Diálogo de Justino com Trifão" é um registro escrito de uma discussão filosófica e teológica que ocorreu entre Justino Mártir e um judeu chamado Trifão, provavelmente em meados do século II dC. O diálogo é dividido em duas partes e é um dos primeiros exemplos de uma obra apologética cristã dirigida a um público judeu.

O diálogo abrange uma ampla gama de tópicos, incluindo a natureza de Deus, o papel da lei e dos profetas, a relação entre o judaísmo e o cristianismo e a identidade de Jesus Cristo. Trifão representa uma perspectiva judaica tradicional, enquanto Justino apresenta uma perspectiva cristã, e os dois se envolvem em um debate animado sobre essas questões.

Um dos temas-chave do diálogo é a relação entre cristianismo e judaísmo. Justino argumenta que o cristianismo é o verdadeiro cumprimento da profecia judaica, e que Jesus Cristo é o Messias predito nas escrituras hebraicas. Ele também argumenta que a lei judaica foi dada como uma medida temporária e que foi substituída pelos ensinamentos de Jesus.

Outro tema-chave é a natureza de Deus. Justino argumenta que existe apenas um Deus, que se revelou por meio dos profetas e por meio de Jesus Cristo. Ele também argumenta que Jesus é totalmente humano e totalmente divino, e que sua morte e ressurreição trouxeram a salvação para toda a humanidade.

O "Diálogo de Justino com Trifão" é um importante documento cristão primitivo que fornece informações sobre as crenças e práticas da igreja primitiva, bem como os desafios que enfrentou em suas interações com outras tradições religiosas. É também um exemplo do uso da argumentação filosófica e teológica como meio de defesa da fé cristã.